quarta-feira

Você sabe ouvir os sinais que seu corpo lhe dá?

"Pergunte à sua enxaqueca o que ela quer lhe dizer. Pergunte às suas costas porque andam tão tensas, pergunte a seu estômago o que você anda engolindo que está lhe fazendo tão mal"Leia tudo...

    Os desafios da vida moderna são cada vez maiores. Pense nisso, hoje uma criança já nasce anunciando sua chegada na maternidade pelo msn, ouvindo seu próprio choro recém-gravado em em um i pod de última geração, fazendo plano de carreira e pagando a primeira parcela de seu plano de previdência. Afinal, não há tempo a perder!

    Hoje em dia todos nós viramos meio “super”... deixamos de ser meramente humanos e fomos virando, aos poucos, 'super-homens' e 'supermulheres'. Só mesmo sendo 'super' para dar conta de tantas exigências.

    Em algum ponto de nossa caminhada acabamos acreditando que tínhamos que ser “sobre-humanos”, deixamos de prestar atenção aos nossos limites, como se respeitar os limites fosse sinal de fraqueza ou incompetência. Assim, seguimos sempre em frente, fazendo sempre mais, e mais, e mais. Fazemos o que for necessário, não importe o que custe...

    Pense... o que custa?

    Custa a sua saúde...

    Aos poucos, fomos deixando de perceber que existe um ritmo interno, o ritmo da cada um, e que precisamos respeitar esse ritmo se quisermos nos manter saudáveis. Fomos nos forçando além dos limites, exigindo cada vez mais de nós, um pouquinho por vez, sem perceber. Sem outra saída, nosso corpo teve que entrar nesse jogo, jogando a nosso favor. Acredite, o corpo é nosso amigo e aliado, ele se sacrifica por nós, por nossa saúde mental, por nossa alma...

    Já que estamos cegos e surdos para perceber o óbvio, para perceber que estamos nos desrespeitando diariamente ao brincar de super-homens, o corpo começa a nos enviar sinais, com o intuito de nos ajudar a recuperar a razão. Assim, surge uma dorzinha de cabeça aqui... um torcicolo lá... uma azia... uma tonturinha.

    Ingênuo, o corpo achou que bastaria essa sinalização para que olhássemos com mais carinho para nós mesmos, para que percebêssemos que precisávamos nos alimentar melhor, dormir melhor, diminuir o ritmo. Para perceber que nossa agenda também precisa ter espaços reservados para o nosso relaxamento, contemplação, alegria e paz.

    A dor era uma sirene, enviada amorosamente por nosso corpo com o intuito de nos despertar.

    - Mas o que é uma “dorzinha” para um super-herói?

    O que fazemos? Suportamos o desconforto e seguimos heroicamente em frente, nos sentindo ainda mais valorizados por continuar nossa árdua jornada diária, mesmo com dor.

    Sem outra alternativa, o corpo precisa intensificar os sinais. E assim surgem enxaquecas, problemas mais sérios nas costas, hérnias de disco, úlceras, labirintites! É o corpo gritando :

    - Parem! Vocês estão malucos??? O que estão fazendo consigo próprios????

    Muitas doenças da atualidade são tentativas desesperadas de nosso corpo de trazer alguma sanidade sobre nossas escolhas cotidianas.

    Vejo muitas pessoas com problemas crônicos de saúde, indo de médico em médico, se entupindo de medicamentos sem obter o êxito desejado. É claro que é preciso ir ao médico, uma vez instalado um problema precisa ser tratado.

    Mas a meu ver não perderíamos em nada se, paralelamente ao tratamento recomendado, tivéssemos um bate-papo amigável com nós mesmos e nos perguntássemos:

    - O que isso quer me dizer? Onde tenho extrapolado meus limites? Onde tenho me desrespeitado?

    Sente-se desfrutando de uma deliciosa xícara de chá, lado a lado com seu corpo, e ouça o que ele tem a lhe dizer. Pare e ouça, de verdade!

    Pergunte à sua enxaqueca o que ela quer lhe dizer. Pergunte às suas costas porque andam tão tensas, pergunte a seu estômago o que você anda engolindo que está lhe fazendo tão mal. Ouça o que seu corpo vem tentando lhe dizer. E refaça suas escolhas.

    Nada vai valer a pena se roubar de você o bem-estar, a alegria de estar vivo e saudável.

    Fonte: Patricia Gebrim - psicóloga e escritora

Um comentário:

Anônimo disse...

Sol, que texto de Patrícia Gebrim. Não resistí, fui ao seu site e comentei:
'Patrícia, um belo artigo. Além de bem escrito, mostra intimidade com os surdos, que teimam em postergar as providências de 'manutenção do equipamento'. Em se tratando de nós, homens, a lástima é ainda maior.
E o que pode ser feito, é o que Você está fazendo agora: conscientizar o próximo.
Abraço, Eduardo Buys '

 
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